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LISBOA, 22 Jun (Reuters) – O défice da balança corrente de Portugal quase triplicou para 1,58 mil milhões de euros nos primeiros quatro meses de 2020, face ao período homólogo, com o excedente da balança de serviços, que inclui o turismo, a cair 32% perante o confinamento do coronavírus, segundo o Banco de Portugal.
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
O banco central realçou que até abril de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -864 milhões de euros, o que compara com -201 milhões de euros em igual período de 2019.
“Este saldo resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário, que apenas foram parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital”, referiu.
Explicou que nos primeiros quatro meses do ano, o défice da balança de bens diminuiu 379 milhões de euros, face ao período homólogo, e o excedente da balança de serviços reduziu 1.371 milhões de euros.
“Desta redução 1.057 milhões de euros resultaram da rubrica viagens e turismo, em consequência da evolução negativa registada no mês de abril”, vincou.
Neste mês, verificou-se uma redução do saldo das viagens e turismo de 825 milhões de euros, em resultado de um decréscimo de 85,4% nos créditos e de 74,2% nos débitos relativamente ao período homólogo.
Até abril, as exportações de bens e serviços decresceram 15,0%, dos quais 11,9% nos bens e de 21,4% nos serviços, e as importações diminuíram 11,2%, sendo 10,8% nos bens e 13,0% nos serviços.
“Este resultado foi muito influenciado pelo mês de abril, com as exportações e as importações de bens e serviços a registarem decréscimos homólogos muito acentuados (46,5% nas exportações e 38,3% nas importações)”, frisou o Banco de Portugal.
(Por Patrícia Vicente Rua)