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O novo coronavírus foi mais forte do que o “Mobile World Congress”. Barcelona estava a finalizar os preparativos para receber este grande evento tecnológico que acabou cancelado pelas ameaças à saúde.
O impacto do cancelamento, na economia local é enorme e as perdas ascenderão aos 492 milhões de euros. Para além disso 14.000 empregos temporários ficam perdidos. Uma situação que deixou toda a gente perplexa. Antonio Mendoza, explica que chegou de Madrid, “para montar o stand”, e que agora se vê obrigado a regressar à capital espanhola, sem fazer o seu trabalho. “Perdemos todos aqui, todos perderão”, desabafa.
Os taxistas estimam que ganharão menos 20 a 30% mas, para Francisco Martín, o mais importante é a saúde: “Isto afeta-nos porque o evento traz muito trabalho. Eu preferiria que eles mudassem a data, que adiassem, talvez noutra época em que tudo estivesse terminado. É uma pena, mas é melhor a segurança das pessoas do que um congresso”.
20% dos quase 500 milhões de euros seriam gastos em hotéis. O alojamento e a restauração são a engrenagem desta pesada máquina que acaba de ser desligada com perdas também de peso, como explica Xavi Alba, gerente de um restaurante local:
“Desde as 08 ou 09 horas da noite que começámos a receber e-mails, em todos os restaurantes, a cancelar as reservas. Estamos a falar de milhares de euros em 3 dias, dezenas de milhares ou mais. Aquela que, para nós, é a semana mais importante, em todo o ano, será uma semana normal”, explica.
Barcelona é, e há um contrato assinado, a capital do Mobile World Congress até 2023. A GSMA que representa as operadoras de redes móveis em todo o mundo, e as autoridades locais garantem que trabalharão juntas para a próxima edição do evento. Resta saber quem será responsabilizado pelas perdas.
A correspondente da euronews em Barcelona, Cristina Giner, explica que se abre “uma longa batalha legal. A questão é a de saber quem pagará a compensação decorrente do cancelamento. As companhias de seguros, geralmente, não cobrem esses custos, a menos que haja um alerta de saúde específico em Espanha”.