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(Acrescenta citações CEO da TAP)
Por Sergio Goncalves e Catarina Demony
LISBOA, 23 Jun (Reuters) – A TAP-Air Portugal precisa urgentemente do empréstimo de resgate do Estado para se salvar, disse o Chief Executive Officer (CEO) Antonoaldo Neves, que vê uma recuperação “longa e dura”.
“(É preciso) unir o país para a salvar a TAP da pandemia. Somos a única empresa da Europa, com exceção da Luftahnsa, que não teve apoio”, disse o CEO da TAP, numa comissão do Parlamento, citado pelo Observador.
A Comissão Europeia, em 10 de Junho, deu luz verde a que Portugal conceda um empréstimo de resgate para a TAP até um máximo de 1.200 milhões de euros (ME) com o prazo de seis meses, após o qual a companhia terá de reembolsá-lo ou apresentar um plano de reestruturação.
O Orçamento Suplementar de 2020, aprovado na generalidade a 17 de Junho, já prevê aquela verba máxima de resgate da TAP.
“A gente acredita que é possível enviar um plano de reestruturação para a Comissão europeia que seja aceite porque a gente acredita que a TAP tem um modelo de negócio viável”, disse Antonoaldo Neves.
Adiantou que “a TAP tem aviões novos, tem uma equipa extraordinária, tem um mercado como o Brasil onde tem um domínio muito grande”.
“Agora vai ser uma recuperação longa e dura…a situação é muito difícil”, frisou.
O CEO recordou que, apesar do ‘OK’ aquele empréstimo de 1.200 ME, a Comissão Europeia decidiu que “a TAP não é elegível para receber apoio ao abrigo do Quadro Temporário da Comissão relativo aos auxílios estatais, destinado a apoiar empresas que de outro modo seriam viáveis”.
“O caminho que a Comissão Europeia decidiu foi, na nossa visão, foi injusto”, disse o CEO da TAP.
A TAP, que em condições normais opera cerca de 2.500 vôos semanais, ficou praticamente com todos os seus aviões no chão, após os ‘lockdowns’ decretados em Portugal em meados de Março e em outros países de destino.
A companhia aérea de bandeira está a realizar apenas poucos voos semanais e as rotas são testadas sistematicamente, sem garantias de continuidade.
“Sobre o plano de rotas…confesso que é um processo muito de tentativa e erro. É muito difícil hoje prever a procura que a gente vai ter nos próximos meses”, afirmou.
“Temos feito um processo em que a gente coloca voos e retira voos, vai testando a procura de mercado”, disse, referindo que nenhum CEO da companhias aéreas da Europa “sabe como vai estar a procura no final do ano”.
A TAP fechou 2019 com prejuízos de 106 ME. (Por Sérgio Gonçalves e Catarina Demony; Editado por Catarina Demony)