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A chanceler Angela Merkel visitou Angola, depois da visita a África do Sul – país que já integra a iniciativa do G20 para África, e ao lado do presidente João Lourenço abriu o 8.º Fórum económico Angola-Alemanha, que reuniu a mesma mesa empresários angolanos e potenciais investidores alemães.
Seis acordos foram rubricados à margem do fórum económico entre os dois países, tendo sempre salvaguardada a componente da formação de quadros e o investimento em soluções sustentáveis.
O ministro angolano da Energia e Águas, João Baptista Borges, referiu que Angola está particularmente interessada em desenvolver projetos que salvaguardem o meio ambiente, uma área que a Alemanha já domina.
O acordo assinado entre o ministério da Energia e Águas e a empresa alemã Voith prevê um investimento na ordem de 1.060 milhões de euros. No âmbito da sua responsabilidade social, a referida empresa prevê ainda construir uma academia e uma mini-hídrica na região do Bié.
Para o ministro da Energia e Águas de Angola, as soluções trazidas pela Alemanha no domínio das energias renováveis, fazem parte daquilo que é a solução que o país precisa para expandir a sua capacidade de produção e de distribuição de energia nas zonas rurais utilizando recursos energéticos e endógenos, como é o sol e a biomassa.
No domínio dos transportes, o que era apenas um memorando de entendimento passa agora a ser um acordo de cooperação, o que, segundo o ministro dos Transportes Ricardo de Abreu, vai permitir um intercâmbio maior, quer do ponto de vista da regulação, da supervisão e também numa componente muito importante que é a de treinamento e formação.
José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola, é de opinião que o investimento alemão deve ser canalizado para o agronegócio, uma área que considera ser estratégica para o alcance da autossuficiência alimentar.
Já o economista Carlos Rosado de Carvalho é de opinião que o reforço da cooperação com a Alemanha e a visita de Merkel a Angola poderão servir para sinalizar uma melhoria efetiva do ambiente de negócios em Angola.
Durante a visita, o chefe de estado angolano clarificou que constam das suas prioridades, a criação de um estado de direito e a consolidação de uma economia de mercado. A chanceler alemã apoiou as reformas em curso classificando como “um passo corajoso e necessário” dados pelas autoridades angolanas.