As formas como as mulheres são penalizadas na esfera profissional


© Reuters. As formas como as mulheres são penalizadas na esfera profissional

No mundo do trabalho, as mulheres são penalizadas de várias formas.

Por cada euro ganho por um homem, uma mulher ganha, em média, 86 cêntimos. Por que razão? Porque as mulheres passam mais tempo a ocupar-se dos filhos, o que as leva a trabalhar menos horas no emprego. Um terço das mulheres europeias trabalha a tempo parcial. No caso dos homens, essa percentagem é de apenas 8%. Um factor que dificulta a progressão da carreira das mulheres.

Há mais mulheres nos setores onde remuneração é baixaHá mais mulheres em setores onde a remuneração é mais baixa.

“O problema é que, mesmo se os contratos de trabalho estipulam 40 horas semanais, o empregador pode mudar as horas a qualquer momento e as mulheres que têm filhos não podem garantir uma disponibilidade total. Há mulheres que acabam por demitir-se ou são despromovidas por causa da questão da flexibilidade”, disse à euronews a advogada Nadine Epplen que representa mulheres que têm empregos precários na indústria hoteleira e na restauração.

Pensões de reforma das mulheres são mais baixasNos cargos de topo, na gestão ou administração, a diferença de remuneração entre mulheres e homens é de 23%. Apenas 10% dos presidentes de grandes empresas são mulheres. Todos estes factores combinados têm consequências sobre as reformas. Em média, na União Europeia, as pensões das mulheres são inferiores em 30% às dos homens. A Comissão Europeia está a elaborar uma nova diretiva sobre as desigualdades salariais.

“Para nós, uma das prioridades ao nível da nova diretiva é por fim ao sigilo salarial. Trata-se de uma medida extremamente importante porque muitas vezes as mulheres trabalham ao lado de colegas, durante décadas e pensam que recebem um salário igual. E um dia descobrem, às vezes, no momento da reforma ou por causa de uma notícia que a outra pessoa apesar de fazer o mesmo trabalho, recebe muito mais. Outra elemento importante é proibir as cláusulas de sigilo salarial nos contratos de trabalho”, disse à euronews Esther Lynch, Secretária Geral Adjunta da Confederação Europeia de Sindicatos.