BEI pode deixar de financiar projetos que usem combustíveis fósseis


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O Banco Europeu de Investimento vai anunciar, esta terça-feira à tarde, se aceita ou não o pedido feito pelos ministros das Finanças do bloco europeu: Que o Banco da União Europeia deixe de financiar projetos que usem petróleo, gás e carvão. Um passo que dizem ser essencial no “Acordo Verde” que querem que entre em vigor.

Desde 2013, os investimentos dos estados-membros para para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir as suas emissões de gases de efeito de estufa e a lidar com os impactos das mudanças climáticas mais do que dobraram em 2018. Atingiram os 21,7 mil milhões de euros.

Ler mais aqui | Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros de 8 de novembro de 2019

Mas os investimentos não são suficientes se o ‘coração’ do “Acordo verde” nao for estudado: O Banco Europeu de Investimento. Só no ano passado, o BEI financiou 2 mil milhões de euros a projetos que não contribuem em nada para a mudança climática.

Os Estados-membros querem mudanças e todos os esforços são necessários.

O acordo prevê, alem da interrupção de financiamento, que o Banco da União Europeia seja responsável pela transição para uma Europa verde, uma mudança incluída também no nome. O Banco passaria a chamar-se Banco Europeu do Clima.

Nancy Saich, especialista e mudanças climáticas do Banco Europeu de Investimento, diz que um dos aspetos mais importantes nesta transição é a vida das pessoas.

A especialista explica que um dos passos a fazer é “garantir que as famílias que trabalham, por exemplo, no setor do carvão, possam ter um futuro” com as mudanças adjacentes ao acordo.

Uma transição que, segundo Nancy Saich, deve incluir os interesses das famílias europeias e “não deixar ninguém para trás”.

Uma mudança que vá ao encontro daquilo que os europeus esperam para o futuro, algo que não parece assim tão difícil na teoria, até porque 93% das pessoas do bloco acham que a mudança climática é algo sério.

Segundo uma sondagem do Eurobarómetro, o clima bate o terrorismo em grau de seriedade, ficando atrás apenas da pobreza, da fome e falta de água potável.