Candidato presidencial da Guiné-Bissau, Embalo, reivindica vitória, opositor quer esperar


Candidato presidencial da Guiné-Bissau, Embalo, reivindica vitória, opositor quer esperar

BISSAU, 30 Dez (Reuters) – O antigo general do exército e ex-primeiro-ministro Umaro Cissoko Embalo disse na segunda-feira que estava a caminho de vencer a eleição presidencial da Guiné-Bissau e o seu opositor pediu que o país esperasse os resultados oficiais.

Uma vitória de Embalo sobre Domingos Simões Pereira, outro ex-primeiro ministro e candidato do partido de governo, PAIGC, seria uma reviravolta face à primeira volta de Novembro, na qual Pereira conquistou confortavelmente mais votos.

Os dois competiram na segunda volta de Domingo para substituir o actual presidente José Mario Vaz, que foi eliminado na primeira volta.

O mandato de cinco anos de Vaz foi marcado por demissões políticas regulares, um parlamento em mau funcionamento e corrupção de alto nível, e os eleitores disseram que esperariam que o próximo presidente restabelecesse a calma nesta nação da África Ocidental.

Os resultados oficiais não são esperados até quarta-feira e a comissão eleitoral não comentou a contagem de votos.

O porta-voz da campanha de Embalo, Djibril Balde, disse que a proclamação de vitória foi baseada em resultados preliminares que os seus observadores compilaram em cada região.

Cercado por um grupo de apoiantes do lado de fora de sua sede de campanha, Embalo disse à Reuters que Pereira havia telefonado a parabenizá-lo pela vitória.

Num tweet, Pereira disse: “Estão a circular muitas notícias, mas apenas números oficiais podem ser respeitados”.

Ele não especificou o que considerava notícias falsas e os funcionários da campanha não estavam disponíveis para comentários.

Embalo, 47, ficou em segundo lugar na votação da primeira volta do mês passado, com 28% contra 40% para Pereira. Antes da segunda volta de Domingo, Embalo ganhou o apoio do actual presidente José Mário Vaz, que recebeu 12%.

Como candidato, Embalo prometeu modernizar o país de 1,6 milhões de pessoas, que sofreu nove golpes ou tentativas de golpes desde a independência de Portugal, em 1974.

Embalo e Pereira serviram ambos como primeiros-ministros sob Vaz, que teve um total de sete primeiros-ministros numa longa disputa com o PAIGC.

A instabilidade política prejudicou a economia da Guiné-Bissau, que depende fortemente da volatilidade dos preços da castanha de caju, a principal fonte de rendimento para mais de dois terços das famílias.

(Por Alberto Dabo; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)