
© Reuters. Mercado residências para estudantes Portugal com mais 10 mil camas próximos 3 anos -Cushman
LISBOA, 20 Nov (Reuters) – O mercado de residências para estudantes em Portugal continua forte, prevendo-se que entrem em operação nos próximos três anos mais 10.000 novas camas que se juntam às 18.000 actualmente em funcionamento, segundo a edição de 2019 do estudo ‘European Student Accommodation Guide’, publicado pela Cushman & Wakefield.
Explica que “a forte procura por parte dos estudantes contrasta com a escassez de oferta moderna e adequada no sector de residências para estudantes, o que tem levado investidores e promotores a procurarem oportunidades num mercado que, apesar de emergente, apresenta um elevado potencial”.
Este estudo indica que existem em Portugal cerca de 400 mil estudantes universitários, dos quais 42% são nacionais com necessidade de se deslocarem para fora da sua área de residência para completar os estudos e 13%, ou 50 mil, são estudantes internacionais.
Adicionalmente, o ensino superior em Portugal é também apontado como um factor de atractividade junto dos estudantes internacionais, com 13 universidades no ranking ‘Times Higher Education World University Rankings 2019’ e está entre os países da Europa que mais recebe estudantes do programa Erasmus.
“Impulsionado pelo potencial que o mercado apresenta, estima-se que desde 2016 tenham sido investidos 71 milhões de euros na promoção de residências para estudantes em Portugal, prevendo-se uma manutenção desta atividade nos próximos anos”, referiu Andreia Almeida, diretora de research da Cushman & Wakefield.
No mercado europeu de investimento em ‘student accommodation’ estimam-se que tenham sido transacionados cerca de 5,2 mil milhões de euros (ME) nesta classe de activos em 2018, abaixo dos 7,9 mil ME registados em 2017.
Excluindo o Reino Unido, as transações na Europa Continental foram de 1,8 mil ME, face aos 2,9 milhões alcançados em 2017, representando 35% do total de transações.
“Este decréscimo deve-se, em parte, à pouca expressividade das operações de portfólios na Europa Continental em comparação com 2017”, referiu, realçando que “o estudo nota também que a atividade transacional não reflete o verdadeiro dinamismo do setor, já que a maioria das plataformas está focada em crescer por meio da promoção e que grande parte das transações diz respeito à compra de terrenos para promoção imobiliária, não contabilizadas nos dados de investimento”.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)