Entre o segundo semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021, registou-se um aumento da fraude nos pagamentos eletrónicos.
“No primeiro semestre de 2021, a utilização dos diferentes instrumentos de pagamento eletrónicos em Portugal manteve-se com níveis de fraude muito reduzidos”, lê-se no relatório dos sistemas de pagamentos 2021, hoje divulgado pelo BdP.
Destacam-se, neste período, as operações com cartões na ótica do emitente, com um aumento de 0,03% em quantidade e valor.
Contudo, o valor médio por fraude, que se fixou em 54 euros, foi o mais baixo.
As transferências a crédito, por seu turno, apresentaram 2.647 euros de valor médio por transação fraudulenta, “mas apenas três em cada milhão de transferências foram fraudulentas”.
O valor médio de fraude por débito direto situou-se nos 1.511 euros, acima do valor médio de 150 euros por operação, “em resultado de um pequeno número de fraudes por montante mais elevado”.
Conforme destacou a instituição liderada por Mário Centeno, este foi o instrumento “com menor expressividade da fraude” (0,0002% do total de operações).
“Entre o segundo semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021, registou-se um pequeno aumento da fraude nos cartões de pagamento na ótica do emitente, o que reflete, em grande medida, o aumento de situações de fraude por engenharia social neste último período”, referiu.
Relativamente ao segundo semestre, os resultados preliminares disponibilizados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) para uma amostra de 18 países do Espaço Económico Europeu, mostram que Portugal tem taxas de fraude “inferiores à média nas transferências a crédito e nas operações com cartões na ótica da entidade adquirente”.
No entanto, Portugal tem taxas superiores nas operações com cartões na ótica da entidade emitente “em quantidade (compara com 0,0163%), mas abaixo em valor (compara com 0,0252%).
Em 2021, os prestadores de serviços de pagamentos reportaram 56 incidentes de caráter severo, mais 40% face a 2020.
Apenas um foi de segurança, tendo sido desencadeado por um ataque externo, enquanto os restantes foram de caráter operacional. Os canais mais afetados foram o homebanking e o mobile banking.