Por Sergio Goncalves

LISBOA, 23 Set (Reuters) – O Partido Social Democrata (PSD) venceu as eleições para o Parlamento regional da Madeira, mas perdeu a maioria absoluta que mantinha desde 1976 e vai negociar um acordo com o partido de direita CDS-Partido Popular para governar a região autónoma.

O PSD teve 39,42% dos votos contra 44,35% há quatro anos, enquanto o Partido Socialista (PS) – que governa o país desde 2015 apoiado pela extrema-esquerda – teve o melhor resultado de sempre com 35,76%, mais do triplo da anterior eleição.

O CDS-Partido Popular teve 5,76%, caíndo face aos 13,71% em 2015.

Os 21 deputados eleitos pelo PSD e os 3 do CDS-PP garantem a maioria absoluta de 24 lugares no Parlamento regional e os dois partidos vão negociar a constituição de um Governo de coligação para governar a região autónoma da Madeira nos próximos 4 anos.

Os socialistas, que estão apenas a um palmo da maioria absoluta nas intenções de voto para as eleições legislativas de 6 de Outubro, elegeram 19 deputados para o Parlamento regional.

“O PSD venceu de forma clara e inequívoca. A extrema esquerda e o PS, mais uma vez, foram derrotados na Madeira e tudo faremos para termos um Governo de coligação com o CDS”, disse Miguel Albuquerque, líder do PSD Madeira e presidente do Governo regional.

Assunção Cristas, presidente do CDS-PP, sublinhou que “a esquerda foi derrotada, e o centro e a direita têm condições para governar” a Madeira.

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro realçou que “o PS obteve um resultado histórico, o melhor de sempre, com uma notável recuperação face há quatro anos”.

António Costa, sem querer extrapolar estes resultados para o âmbito das eleições gerais dentro de 15 dias, disse que “cada eleição é uma eleição”.

“Temos de fazer a campanha eleitoral e ganhar a confiança do maior número de portugueses para termos a maior votação possível (nas eleições legislativas)”, disse António Costa.

Os Socialistas no Governo em Portugal perderam terreno numa sondagem de opinião divulgada em 16 de Setembro, interrompendo uma subida de três meses antes das eleições parlamentares, mas manteve uma larga vantagem sobre a oposição.

O partido de centro-esquerda do primeiro-ministro António Costa caíu para 39,2% na sondagem feita pela Pitagorica para a rádio TSF, face aos 43,6% na mesma sondagem divulgada no final do mês passado. A principal oposição dos Sociais-Democratas subiu de 20,4% para 23,3%.

Se os socialistas não conseguirem obter a maioria absoluta, vão precisar do apoio de outro partido para aprovar legislação. Os aliados de Costa na actual legislatura, Bloco de Esquerda e Comunistas, ficaram nos 10% e 7,7%, respectivamente, nesta sondagem.

Agora, é provável que apenas um aliado seja necessário para garantir a maioria, e analistas afirmam que relacionamentos difíceis com a esquerda podem levar Costa a encontrar um novo parceiro no partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN). A Pitagorica colocou o PAN nos 3,2%, menos do que em outras sondagens.

(Por Sérgio Gonçalves)