Questões ambientais ensombram introdução bolsista da Saudi Aramco


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Depois de vários anos de adiamentos, a maior empresa energética do mundo, a petrolífera saudita Saudi Aramco (SE:), entrou na bolsa.

Mas aquela que era vista, há alguns anos, como uma oportunidade altamente lucrativa, atrai agora menos os investidores, não só por causa das questões que rodeiam a Arábia Saudita, mas sobretudo por causa da maior consciencialização para as questões do ambiente e do clima: “Muitos investidores não alinham, porque não querem investir em petróleo numa altura de alterações climáticas. Não é um sistema sustentável no futuro”, diz o analista de mercados Johen Stanzl.

A gigante petrolífera é agora a empresa cotada em bolsa mais valiosa do mundo, mas ao mesmo tempo é o maior poluidor.

Na lista de empresas que mais contribuem para a crise climática, a Saudi Aramco ocupa o primeiro lugar, seguida pela norte-americana Chevron (NYSE:), pela russa Gazprom, pela Exxon Mobil (NYSE:), também dos Estados Unidos, e pela petrolífera nacional do Irão.

Os riscos ligados às mudanças climáticas e à maior procura de energias verdes em detrimento do petróleo estão explicados no prospeto que a empresa publicou antes da oferta pública inicial, onde diz que esta mudança de mentalidades, com uma redução na procura de energias fósseis, pode implicar custos adicionais e possíveis injeções de capital.

O prospeto fala ainda das restrições impostas pelos governos para limitar as emissões de gases com efeito de estufa.

Apesar de toda a precaução com que a gigante saudita entrou no mercado, o primeiro dia de cotação correu bem para a Aramco. As ações começaram a negociar-se com um preço 10% superior ao do lançamento, o máximo permitido pelas regras do mercado no país.