Restrições COVID deixam peregrinos de Fátima ao frio


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FÁTIMA, 13 Mai (Reuters) – Florinda, 77 anos, acordou na madrugada de quinta-feira para assinalar uma das maiores celebrações religiosas de Portugal – embora não suficientemente cedo para conseguir um lugar dentro.

Devido às restrições do coronavírus, foi impedida de entrar no santuário de Fátima e, com centenas de outros, teve de ouvir a missa da rua.

“Deixaram-nos aqui, ao frio. Pensámos que íamos conseguir entrar porque viemos tão cedo”, disse ela, sentada numa cadeira de campismo que trouxe de casa. Ela podia ouvir o padre, apesar de não o poder ver.

“É complicado, mas tem de ser assim”.

Todos os dias 13 de Maio, enormes multidões de Portugal e de todo o mundo fazem uma peregrinação a Fátima para assinalar o aniversário de uma alegada aparição da Virgem Maria, em 1917.

As restrições significaram que apenas 7.500 pessoas foram permitidas dentro do santuário este ano, muito longe das 100.000 do passado.

No interior, as pessoas que tinham chegado ao local ainda mais cedo do que Florinda, ficaram em círculos marcados para manter o distanciamento social.

Desde lojas que vendem pequenas estátuas de santos a restaurantes que alimentam os fiéis, a enorme queda no número de visitantes também atingiu a economia local.

“Está a correr muito mal. Não há … quase ninguém”, disse Gracinda do Espirito Santo, 60 anos, enquanto esperava por clientes do lado de fora da sua pequena loja de lembranças.

“Talvez, dentro de um ano, tudo seja melhor”, disse o peregrino Sergio Passos, 49 anos, fora do santuário.

Texto integral em inglês: Catarina Demony e Miguel Pereira; Escrito por Catarina Demony; Editado por Ingrid Melander e Andrew Heavens; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)